Por: Silvia Leticia – Professora, Coordenadora Geral LICENCIADA do SINTEPP BELÉM
“O senhor não tem vergonha de articular a privatização da Petrobras?” essa foi a pergunta feita pelo deputado federal do Psol, Glauber Braga ao presidente da Câmara dos Deputados, o bolsonarista Arthur Lira que quer aprovar por maioria simples, a privatização dessa estatal.
A Petrobras é uma empresa que atua na exploração, produção e comercialização de petróleo, gás natural e alguns derivados, possui plataformas, refinarias e redes de distribuição desde 1953. Além disso investe em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Possui ativos de cerca de R$ 1 trilhão e um patrimônio líquido de R$ 311 bilhões, segundo ANP/2020. Exporta cerca de 700 mil barris de petróleo por dia; mais de 200 mil barris de diesel, sendo o Pré-Sal 2.130.000 barris por dia; tem produção de gás natural de mais de 135 milhões de m³ por dia. É uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo. A Petrobrás que não dá prejuízos ao país, como diz o ministro Paulo Guedes. Quem dá prejuízo ao país são governos, como o de Bolsonaro, que insiste em vender este patrimônio ao setor privado.
Em 1995 o governo FHC iniciou a privatização da Petrobrás e todos os demais governos continuaram a privatizá-la. Hoje, o governo brasileiro controla 50,3% das ações ordinárias na Petrobrás, é o maior acionista e indica o presidente da empresa e a maioria do Conselho de Administração. Mas os gestores da Petrobrás têm envolvido a empresa em corrupção e lucram com a privatização.
O PREÇO DE PARIDADE INTERNACIONAL (PPI) É UM ATAQUE AO CUSTO DE VIDA DO POVO POBRE
No final de maio de 2022, o preço do litro de gasolina chegou a R$ 8,00. A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) aponta que em janeiro do ano passado a gasolina ficou 10,2% mais cara e o diesel, 15,2%. Nesse período, incluindo as duas altas deste ano, a Petrobras já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel.
Os constantes reajustes nos preços dos combustíveis estão impactando a vida dos trabalhadores. Vimos em redes nacionais a situação de pessoas que voltam a cozinhar à lenha porque não conseguem pagar pelo gás de cozinha, que já chegou a R$ 113,50 consumindo mais de 9% do salário mínimo. Se a Petrobras for reestatizada o gás pode chegar mais barato à população.
Temer, em 2016, implantou a política de Preço de Paridade Internacional (PPI) do petróleo, onde os preços são calculados em dólar, baseado nos custos de importação, para garantir a lucratividade do setor privado. Em meio à disparada nos preços dos barris de petróleo por causa da invasão russa na Ucrânia, a Petrobras anunciou um aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel.
A REESTATIZAÇÃO DA PETROBRÁS É UMA NECESSIDADE
Nós, de Luta Socialista, somos contra a Privatização da Petrobrás, e isto significa defender a soberania do país e investir na qualidade de vida do povo brasileiro, inclusive com a produção de biocombustíveis de fontes orgânicas renováveis substituindo o uso de derivados de petróleo e gás natural.
Há mais de 15 anos, o Brasil passou a ser considerado autossuficiente em petróleo. Por dia, o país produz 3 milhões de barris, mas compra do exterior 170 mil barris por dia em derivados. Em nota publicada em 07/04/2021 pelo portal UOL, a Petrobras informa que “atualmente 94% do petróleo refinado nas refinarias da Petrobras tem origem nacional. Cabe destacar que a produção do pré-sal já corresponde a 68% do petróleo produzido no país. Não há qualquer dificuldade para refino do petróleo do pré-sal no Brasil.”
Portanto, não chega gasolina, diesel e gás de cozinha mais barato para a população porque o governo Bolsonaro não quer investir no país. O deputado Glauber Braga está certo, é uma vergonha.
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